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O Papel da Religião

Sexta-feira, 14 de Janeiro de 2011

O Papel da Religião

1. INTRODUÇÃO

O papel da religião é o de explicar os conteúdos existenciais do ser humano: de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para aonde vamos depois da morte. Quando indagamos sobre o papel da religião, associamo-lhe a idéia do  sentimento religioso, um dos mais complexos sentimentos que fundamentam a essência do ser humano. É um sentimento natural, como se vê claramente na Lei de Adoração. É sempre uma reverência ao Criador, ao Ser Supremo, ao Ser Sobrenatural, ao Desconhecido etc. Ele, em si, independe da razão, da inteligência, da cultura, do estudo. É natural, e por isso mesmo adquire diversas formas.

 

2. CONCEITO DE RELIGIÃO

2.1. HISTÓRICO

O Totemismo, a mais primitiva das religiões, com a idéia de totem, maná e tabu,  subordina um grupo de homens chamado clã aos seres considerados sagrados. O totem refere-se a tudo o que os membros de um clã julgam sagrados. Podem ser animais, árvores, pessoas etc. O termo mana designa uma força, material e espiritual, comum aos seres e coisas sagrados. O tabu — proibições — visa, essencialmente, a separar o sagrado do profano. (Challaye, 1981, cap. I)

O animismo é a religião que coloca em toda a natureza espíritos mais ou menos análogos ao espírito do homem. O Animismo foi, a princípio, chamado Fetichismo, coisa encantada, dotada de força mágica (Challaye, 1981, cap. II).

A Religião do Egito mostra-nos numerosas sobrevivências do Totemismo; um Animismo manifestado especialmente pela importância atribuída à vida futura dos mortos; um Politeísmo que alguns tentaram orientar para o Monoteísmo (Challaye, 1981, p. 44). Diz Emmanuel “Que o destino e a comunicação dos mortos e a pluralidade das existências e dos mundos eram para eles problemas solucionados e conhecidos” (Xavier, 1972, p. 45)  As Religiões da Índia apresentam-nos uma mistura de abundantes sobrevivências totêmicas e animistas e de um Politeísmo que se orienta ora para o Monoteísmo, ora para um piedoso Ateísmo (Challaye, 1981, p. 59).

O Judaísmo é a religião dos israelitas ou hebreus ou judeus. O documento essencial sobre o Judaísmo é o livro sagrado de Israel, o Antigo Testamento. A palavra testamento foi introduzida pela Igreja Cristã; é má tradução do vocábulo aliança, pois trata-se da aliança entre Deus e a humanidade. O Decálogo que a tradição atribui a Moisés, é uma bela página de literatura religiosa (Challaye, 1981, p. 140-152).

O Cristianismo é a religião dos Cristãos. É uma religião monoteísta que coloca em primeiro plano a comunhão com Deus, o Pai, por intermédio de seu filho Jesus Cristo, Salvador da humanidade (Challaye, 1981, p. 202).

O Islamismo é termo erudito que designa a religião do Islão (assim chamdo pelos muçulmanos, seus adeptos), fundada pelo profeta Maomé e baseada no Corão (livro que lhe foi revelado por Deus) (Enciclopédia Luso-Brasileira).

Historicamente, a religião é a crença em forças, poderes, deuses sobre-humanos; impotência perante esses poderes; desejo de salvação.

Fenomenologicamente, a religião está ligada ao sagrado: objeto, lugar, tempo, ritual, palavra etc.

 

2.2. ETIMOLOGIA

A palavra religião é de origem latina (religio). O significado não é claro. Cícero (106-43 a. C.) no De Natura Deorum afirma que a palavra vem da raiz relegere (“considerar cuidadosamente”), oposto de neglere, descuidar. Já Lactâncio, escritor cristão (m. 330 d.C.), diz que vem de religare (“ligar”, “prender”). Para Cícero, a religião é um procedimento consciencioso , mesmo penoso, em relação aos deuses reconhecidos pelo Estado. Para Lactâncio, a religião liga os homens a Deus pela piedade. Um termo de partida e um de chegada, em que princípio e fim são os mesmos. As duas raízes complementam-se. (Enciclopédia Luso-Brasileira)

3. CONCEPÇÕES REDUTIVAS DA RELIGIÃO

a) CONCEPÇÃO MÍTICO-MÁGICA: a Religião é uma ilusão ou uma superstição. A Religião ao entrar em conflito com a razão, torna-se dogmática para poder subsistir.

b) CONCEPÇÃO GNÓSTICA: a filosofia, filha rebelde da teologia, transforma-se numa religião, ao buscar a salvação através do conhecimento (gnose).

c) CONCEPÇÃO MORAL: o objecto da Religião é o mesmo da moral natural.

d) CONCEPÇÃO ANTROPOLÓGICA: para  D. Hume  a experiência  do terror é a origem da religião. Augusto Comte ao propor uma religião da humanidade abre uma nova perspectiva religiosa à consideraçào do homem moderno, limitando o âmbito do conceito de transcendência às coordenadas intramundanas.

e) CONCEPÇÃO SOCIOLÓGICA: segundo E. Durkheim as concepções religiosas têm por objeto, antes de mais, explicar e exprimir não o que as coisas têm de extraordinário, mas ordinário.

f) CONCEPÇÃO IRRACIONALISTA: de acordo com vários filósofos, a religião é um campo autônomo: não é o do conhecer, nem o do fazer, nem o do esperar, mas a contemplação extática do infinito.

g) CONCEPÇÃO PSICOLÓGICA: segundo Freud a religião é uma neurose obsessiva. (Enciclopédia Luso-Brasileira)

 

4. OS FUNDAMENTOS DA RELIGIÃO

4.1. SALVAÇÃO

Muita gente acredita que salvar-se será livrar-se de todos os riscos, na conquista da suprema tranqüilidade. Observe os primeiros cristãos: quanto não foi o sofrimento pelas suas mortes nas arenas romanas? Não são poucos os apodos, os sarcasmos, as zombarias daqueles que empreendem a grande batalha de se unir ao Cristo.

Salvar-se, pois, não será subir ao Céu com as alparcas do favoritismo religioso, mas sim converter-se ao trabalho incessante do bem, para que o mal se extinga no mundo. Salvar-se é, portanto, levantar, iluminar, ajudar e enobrecer, e salvar-se é educar-se alguém para educar os outros. É a responsabilidade de se conduzir e melhorar-se.

 

4.2. REVELAÇÃO

Os fundadores de religiões tinham revelações e visões nas quais o próprio Deus os chamava a atuar. Deus revelou-se a Moisés numa sarça que ardia. Quando Paulo foi chamado por Jesus, no caminho de Damasco, cegou-o um resplendor celestial. Maomé encontrou-se com o arcanjo Gabriel, que o reteve sem soltar, até que ele lhe prometeu seguir o seu mandato de reconhecer a vontade de Alá.

A Revelação Espírita, por sua natureza, participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. Quer dizer, sua origem é divina e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem. Nesse sentido, o Espiritismo procede da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental, ou seja, faz hipóteses, testa-as e tira as suas conclusões. Por exemplo: à hipótese de que os Espíritos que não se consideram mortos, os Espíritas devem provocar a manifestação de Espíritos dessa categoria e observar (Kardec, A Gênese, p. 19 e 20).

 

4.3. FÉ

A religião identifica-se com a fé. Para a maioria das religiões o que importa não é o que acreditamos mas como acreditamos. No uso popular dizemos isso quando uma pessoa acredita ou faz algo “religiosamente”. Acontece que ter a convicção ou “fé” em certas verdades não nos isenta de estarmos em erro. Por isso Allan Kardec, no capítulo XIX de O Evangelho Segundo o Espiritismo, esclarece-nos sobre os fundamentos da fé. Tenta distinguir a fé cega da fé raciocinada bem como a fé humana da fé divina. Traça-nos as diretrizes para o robustecimento de nossa fé, baseada na razão.

 

5. SENTIMENTO RELIGIOSO

5.1. RELIGIÃO E RELIGIÕES

Do ponto de vista social, as religiões são sistemas de símbolos, dependentes de um fundador, que teve a experiência religiosa original com modalidade própria. Esse sistema organizado de símbolos, ligado à tradição, contribui para que os indivíduos concretos adoptem atitude religiosa pessoal. Desde a mais alta Antiguidade a apresentação externa do símbolo vem se modificando, mas, muitas vezes, o conteúdo intrínseco continua o mesmo, ou seja, apenas transferimos os valores que eram próprios do Totemismo, do Fetichismo, e do Animismo para a época moderna: instituímos  tabus, adoramos os santos e seguimos cegamente as determinações de um líder religioso.

Faz-se preciso, na época actual, estabelecer a diferença entre religião e religiões. “A religião é o sentimento divino que prende o homem ao Criador. As religiões são organizações dos homens, falíveis e imperfeitas como eles próprios; dignas de todo o acatamento pelo sopro de inspiração superior que as faz surgir, são como gotas de orvalho celeste, misturadas com os elementos da terra em que caíram. Muitas delas, porém, estão desviadas do bom caminho pelo interesse criminoso e pela ambição lamentável dos seus expositores; mas, a verdade um dia brilhará para todos, sem necessitar da cooperação de nenhum homem”.(Xavier, 1981, p. 37)

 

5.2. RELIGIÃO COMO SISTEMA

Alguns autores, como Émile Durkheim, Mircea Eliade e Claude Lévi-Strauss, enfatizaram todos a idéia de que a religião corresponde a certas estruturas profundas. Embora contrários em muitos pontos de vista, o que há de comum principalmente entre Mircea Eliade e Claude Lévi-Strauss é que ambos valorizam as “regras” segundo as quais a religião é construída e, portanto, o seu caráter sistêmico; e ambos ressaltam a autonomia da religião em relação à sociedade.

Como traduzir para a prática a noção vaga de que a religião é um sistema? “No caso dos dogmas cristãos, é impossível saber (empiricamente) se Jesus Cristo pertence à mesma categoria de Deus Pai ou se lhe é inferior e, se não for nenhum desses o seu caso, qual é a relação hierárquica exata entre os dois.

Mas é perfeitamente possível predizer, se forem conhecidos os dados do sistema (neste caso, que há uma Trindade divina composta por três “pessoas” ou, pelo menos por três membros que têm nomes individuais), todas as soluções possíveis para o problema, as quais, na realidade, não são em absoluto “históricas” (embora tenham sido enunciadas por personalidades distintas em épocas distintas), pois estão sincronicamente presentes no sistema”. (Eliade, 1994, p. 18 a 20)

 

5.3. MEIOS E FINS

 

O fim da religião é a salvação da alma. Contudo, preferimos prender muitas pessoas a nós ou à nossa Igreja, impedindo-as de se salvarem em outra qualquer. Quer dizer, confundimos os meios com os fins. É preciso, pois, muito tato e muita perspicácia para não criarmos uma falsa adoração em todos aqueles que nos ouvem e que por nós tem certa simpatia.

 

5.4. TER RELIGIÃO E SER RELIGIOSO

O filósofo Dewey faz uma distinção entre ter uma religião e ser religioso. Para ele, ter uma religião é pertencer a uma Igreja e obedecer aos dogmas por ela impostos. Ser religioso é encaminhar o pensamento para os aspectos cósmicos da vida, ou seja, para a humildade, a simplicidade e o amor ao próximo. A Parábola do Bom Samaritano, pronunciada por Jesus, é um bom exemplo. Nela, Jesus retrata o Samaritano, considerado  herege, fazendo o que os conhecedores da lei e da religião deveriam fazer e não o faziam.

 

6. ESPIRITISMO

É o Espiritismo uma religião? Prende-se ao sentimento religioso? É uma manifestação fortuita? Tornar-se-á uma crença comum? Será uma Religião Universal? Eis algumas perguntas valiosas em nossa reflexão sobre a religião.

Muita tinta se gastou para afirmar ou negar que o Espiritismo seja uma religião. De acordo com Allan Kardec, O Espiritismo é chamado a desempenhar imenso papel na terra. Reformará a legislação, retificará os erros da História, restaurará a religião do Cristo, instituirá a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai direto a Deus, sem se deter nas franjas de uma sotaina, ou nos degraus de um altar. Extinguirá para sempre o ateísmo e o materialismo. (Kardec, Obras Póstumas, p. 299)

 

7. CONCLUSÃO

Se Doutrina Espírita é de libertação, por que ainda nos aprisionamos em algumas atitudes dogmáticas? Os Espíritos amigos sempre nos advertem que cada um terá de fazer a caminhada evolutiva por si mesmo. Mas, acostumados a sermos mandados por outrem, não temos iniciativa própria. Eis uma advertência que deve ser constantemente lembrada.

 

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CHALLAYE, F. As Grandes Religiões. São Paulo, IBRASA, 1981.

ELIADE, M. e COULIANO, I, P. Dicionário das Religiões. São Paulo, Martins Fontes, 1994.

Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura. Lisboa, Verbo, s. d. p.

KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1976.

KARDEC, A. Obras Póstumas. 15. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.

XAVIER, F. C. Emmanuel (Dissertações Mediúnicas), pelo Espírito Emmanuel. 9. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1981.

Autor: Sérgio Biagi Gregório

publicado por Pai Pedro de Ogum às 08:29
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