Todo terreiro de Umbanda possui um ritual e embora estes rituais se modifiquem, é necessário que haja disciplina para realizar uma gira, ou seja, NORMAS CONHECIDAS POR TODOS desde o Dirigente ao Iniciando que acabou de entrar. Este deve ser orientado ao máximo possível:
O primeiro é ter respeito por tudo e por todos tem que ser o Dirigente e os filhos mais velhos (pois estes conhecem bem o interior de uma casa)
Aquele que está se iniciando deve ter em seu dirigente um exemplo, uma meta a ser atingida (é claro que nenhum dirigente deve se torna “santo”, nem seus filhos serem forçados a virarem “ovelhinhas”.
No terreiro cada um deve ser o que é, sem máscaras, sempre visando à auto-melhora, o auto conhecimento).
A Umbanda nos ensina que cada um é o que é, cada pessoa sabe em seu intimo quais são seus processos de ação e reação, infelizmente quase todos nos escondemos de nós mesmos, por falta de coragem de olharmos no nosso espelho interior, vermos nossos defeitos para podermos dar o primeiro passo para mudança. Para isso contamos com o auxilio fraternal das Entidades de Aruanda e também os conselhos dos Pais de Santé experientes e sinceros.
Mostrar o caminho não significa decretar, A UMBANDA NÃO AGRIDE AS CONSCIÊNCIAS, NÃO VISA TORNAR NINGUÉM INFELIZ OU VAZIO DE RELIGIOSIDADE.
Por isso é importante o Dirigente observar que se um novo integrante da corrente veio de outra religião e naquele momento de sua vida deseja abraçar a Umbanda, não é de repente que essa pessoa vai esquecer a fé que moveu por dentro durante tanto tempo.
O VERDADEIRO UMBANDISTA RESPEITA OS OS CREDOS E SABE QUE A MESMA FÉ QUE O FAZ AMAR SEUS GUIAS E PROTETORES, FAZ UM CATÓLICO AMAR SUA IGREJA, OU UM MUÇULMANO AMAR ALÁ.
Com relação à conduta dos médiuns para com as Entidades, a Umbanda tem por norma seguir os seguintes tópicos:
O médium de verdade deve ter em mente que na Aruanda todos são iguais (se há diferenças na hierarquia é porque os que chefiam, são as que mais trabalham e menos falam...).Isto quer dizer que os médiuns não devem sequer pensar que sua entidade é melhor que do seu irmão, as entidades de Aruanda preferem que seus filhos falem menos e trabalhem mais pelo seu próximo.
Não há necessidade de "chamar" seu protetor em qualquer hora ou lugar, principalmente evite falar da sua mediunidade em bares, ou na rua.
As coisas da espiritualidade deve ser discutidas na tranqüilidade, e com pessoas que queiram falar sobre o assunto.
Nunca fale mentiras ou cometa erros em nome da sua entidade, pois nenhuma entidade de Umbanda acoberta isto ou aquilo dos seus "cavalos".
Não é em todo lugar que os nossos protetores "baixam", nem todo lugar é sagrado e num ambiente pesado, não há a mínima vibratória para sua atuação.
Nunca desobedeça as ordens da sua entidade, nunca queira fazer algo que você ache que ela faria. Espere sua orientação, por exemplo, não encha seu pescoço de guias pensando que seu protetor parecerá mais "forte" aos olhos do consulente.
A verdadeira força está em ser humilde e honesto, tenha certeza que sentirá seu protetor com maior intensidade.
Fonte :LIVRO: CULTURA UMBANDÍSTICA - OICD
È interessante o que me ocorreu,quanto tempo seria necessário para formar um sacerdote em nossa religião,nos dias de hoje é muito fácil entender que algumas pessoas tem mais facilidade em aprender do que outras,fixar um prazo é um grande absurdo.
Em conversa com meus filhos um deles disse-me que achava muito lento o caracol (igbin),então respondi a ele que o importante não é a velocidade mas sim seguir em frente.
Um ebó que colocamos um caracol para Obatala,tem justamente essa finalidade,assim como aquele que passamos um pombo em uma pessoa e soltamos tem o significado de ultrapassar o problema, o pombo voa alto e sobre os predadores.
O uso de minerais então esse sim me deixa preocupado pois em alguns casos quando em desarmonia ao invés de ajudar prejudica ,vejamos um exemplo moedas de alumínio no assentamento de Ogun misturada com as ferramentas de ferro e muitas vezes ainda com moedas de bronze.
Da mesma forma o uso de folhas é um grande problema e a grande maioria das pessoas desconhece as formas e os usos de alguns vegetais,a regra primeira é olhar o formato da folha e assim identificar sua utilidade,com raras exceções as folhas mais delicadas e com formatos mais arredondados são oferecidas aos orisas mais calmos e as ponte agudas ao contrario,não podemos nos basear por uma única informação mas temos que ter em nossa mente regras simples como essa .
A harmonia dos detalhes é fundamental e sempre se faz presente nos resultados positivos.
Fonte: Gilmar Ofun Oyeku- RELIGIÃO TRADICIONAL YORUBA
A Religião de Umbanda foi fundada aqui no Brasil dia 15 de Novembro de 1908, pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, através do seu médium Zélio Fernandino de Moraes.
O Caboclo se manifestou em uma sessão Kardecista em Niterói onde anunciou: “Venho trazer a Umbanda, uma religião que harmonizará as famílias e há de perdurar até o final dos séculos... Amanhã, na casa onde meu aparelho mora, haverá uma mesa posta a toda e qualquer entidade que queira ou precise se manifestar, independente daquilo que haja sido em vida, todos serão ouvidos e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos àqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai.” Assim o Caboclo das Sete encruzilhadas fundou a primeira tenda de Umbanda, “Tenda Nossa senhora da Piedade”, mantida até hoje pela filha de Zélio, Zilméia de Moraes.
Ali mesmo o caboclo previu muitos acontecimentos históricos que viriam a acontecer como a primeira e segunda grande guerras e algumas revelações como a de que ele mesmo teria sido em outra encarnação o Padre Gabriel de Malagrida sacrificado na fogueira da inquisição por ter previsto o terremoto que destruiu Lisboa em 1755, em sua ultima encarnação teve o privilégio de nascer como um caboclo brasileiro.
Assim temos que a “Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade”, Zilméia, filha de Zélio de Moraes, afirma que “Umbanda é Amor e Caridade”. Da casa do Zélio vieram muitas outras casas que se multiplicaram em outras tantas, mas muitas outras viriam depois sem nenhuma ligação material com a primeira, pois a mediunidade surge em todos os cantos e através dela se manifestam as entidades de Umbanda, independente dos laços físicos ou iniciações.
O crescimento da Umbanda foi vertiginoso, em sentido horizontal, sem “Papas”, com pouca hierarquia, sem núcleo, sem unidade, sem um órgão que unisse a todos, pois ela simplesmente se manifesta e pede muito pouco para se manter.
A Umbanda não foi codificada, como foi o kardecismo em sua origem por Hippolyte Leon Denizard Rivail (Livro dos espíritos, Livro dos médiuns, Evangelho Segundo Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese) a Umbanda foi manifestada e o kardecismo esclarecido, por isso temos muito a aprender com o Kardecismo sobre esclarecimento e eles muito a aprender conosco sobre manifestação. Costumo dizer que se não temos uma “Bíblia Umbandista”, todos os livros sagrados da humanidade são nossos, para extrairmos o que eles tiverem de melhor, temos a liberdade de estudar a Bíblia Cristã, o Tora (Judeu), O Alcorão (Muçulmano), O Tao Te Ching (Chinês), O Zend Avesta (Persa), Os Vedas (Hindu) e tantos outros. Não temos 10 mandamentos Católicos, mas nos basta apenas um mandamento: “Amar ao próximo como a si mesmo e Deus acima de todas as coisas”.
Não temos sete pecados capitais (gula, avareza, inveja, ira, luxuria, orgulho e preguiça) porque não acreditamos em pecado, mas cremos em vicios e virtudes, nos sete sentidos da vida (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração) dentro de nosso livre arbítrio, onde o que se volta para o ego torna-se vicio.
Não temos dogma nem tabu, pois na Umbanda ninguém é obrigado a aceitar nada, mas o conhecimento vai sendo absorvido naturalmente e da mesma forma a própria religião evolui e se adapta.
Umbanda não é uma seita religiosa, Umbanda é religião, portanto tem seus fundamentos próprios que devem ser esclarecidos.
O conceito de seita é muito antigo e vem da época em que haviam religiões oficiais, onde aqueles que se opunham de alguma forma àquela liturgia, formando grupos dissidentes, eram chamados de seitas e portanto considerados “hereges”, à margem da sociedade.
Hoje em dia o termo seita é muito mais utilizado para identificar grupos de fanáticos religiosos, que mantém facções em cima de práticas e conceitos que vão contra o bom senso comum.
A Umbanda não é um grupo dissidentes, não surgiu para se opor a ninguém, não usamos métodos de conversão ou fanatismo doutrinário, as práticas religiosas jamais poderão atentar contra o bom senso ou os valores de moral comum. Com base nestes dados podemos dizer com certeza que Umbanda é religião e o que está surgindo é uma base umbandista, com fundamentos umbandistas, diretamente recebidos pela espiritualidade.
O objetivo das religiões é religar o homem a Deus, simples, cada uma de uma forma diferente, pois diferentes são as culturas, não existem religiões melhores que as outras.
O Catolicismo é a melhor religião do mundo para o Católico, da mesma forma o Judaísmo para o Judeu, o Islamismo para o Islâmico, Budismo para o Budista, Kardecismo para o Kardecista (embora muitos não o consideram como religião) e Umbanda é a melhor religião do mundo para os Umbandistas, ao mesmo tempo uma não é melhor que a outra, mas satisfazem necessidades sociais, culturais, grupais e individuais.
Podemos e devemos absorver o conhecimento de outras religiões, ampliando assim nosso universo espiritual.
Na verdade temos a aprender com todos e todos têm a aprender comnosco, quando a única religião for o Amor, o que existirão serão práticas diferentes deste Amor, Umbanda é a nossa prática do Amor.
A Umbanda surge da necessidade de uma nova realidade cultural miscigenada, do encontro destas culturas do índio brasileiro, do negro africano e do branco europeu somando uma riqueza espiritual muito grande de um novo povo, que não se enquadra mais nos moldes clássicos de religiosidade, um povo que não aceita fronteira espiritual, que não aceita tabus ou dogmas, um povo que além de tudo isso vive na era da informação.
As práticas da Umbanda são milenares como a defumação, magia natural e cerimonial, manifestação mediúnica, adoração às divindades e principalmente o culto a natureza onde o divino se manifesta em sua forma mais pura, estas práticas são tão antigas quanto as lendas da Lemuria e Atlântida, atraindo para a Umbanda espíritos muito antigos, ancestrais já fora do circulo reencarnacionista, que adaptam à simplicidade da Umbanda seu conhecimento já esquecido pela humanidade, verdadeiras egrégoras de remanescentes de outras religiões extintas na matéria formam linhas de trabalho dentro da Umbanda.
Parece difícil conceber ou organizar tudo isso, mas “a Umbanda traz em si energia divina viva e actuante à qual nos sintonizamos a partir de nossas vibrações mentais, racionais e emocionais, energias estas que se amoldam segundo nosso entendimento do mundo.” Cada um ou cada grupo umbandista realiza seus trabalhos, sessões, segundo seu ponto de vista, sem deixar de ser umbanda. Cada casa, templo ou tenda é diferente um do outro e todos são centros ou “igrejas de umbanda”.
O que há em comum é a essência e não a forma! Mas é tudo muito novo, se compararmos com outras religiões a Umbanda que tem quase 100 anos não está nem gatinhando, enquanto muitos acham que ela já é uma “velha senhora”, tudo está por fazer na Umbanda, principalmente no campo do esclarecimento da essência. Muitos estudam a forma, o trabalho realizado dentro do seu grupo (tenda), quando observam um outro grupo afirmam que o outro não é Umbanda por ser diferente, este é um comportamento muito infantil ou de pessoas de má fé, pois: O seu terreiro é Umbanda, mas, Umbanda é o seu terreiro e muito mais, é todos ao mesmo tempo e muito mais, pois ela não está limitada em paredes, ela não está codificada, ela é livre e esta é uma das maravilhas da Umbanda.
Agora é preciso entendermos a essência da Umbanda, que são os fundamentos de Umbanda, que só a espiritualidade pode nos passar. “Umbanda tem fundamento”.
Desde a origem da religião ouvimos falar de “Sete Linhas de Umbanda” e cada um ensinou o que era sete linhas da sua forma, mas ninguém havia ensinado o que é a essência das sete linhas que absorve em si todas as formas. A espiritualidade através da mediunidade de Rubens Saraceni nos esclareceu que as Sete Linhas de Umbanda são as sete vibrações de Deus, pois tudo ele cria de forma sétupla, como as sete cores do arco íris em sintonia com nossos sete chacras. Isto é essência pois na forma para os que acham que sete linhas de Umbanda são Sete Orixás, dizemos sete Orixás são manifestadores de sete vibrações, outros acham que sete linhas de Umbanda são sete santos católicos, dizemos sete santos se manifestam em sete vibrações, outros dizem que sete linhas de umbanda são sete cores do arco íris e dizemos sete cores do arco íris é a manifestação visual das sete vibrações de Deus, outros ainda dizem que sete linhas de umbanda são sete arcanjos e voltamos mais uma vez em sete vibrações de Deus, pois sete linhas também não cabe em uma forma mas são sim a essência de tantas interpretações.
Quando encontrar alguém discutindo quais são as verdadeiras sete linhas de umbanda lembre-se disso: estão discutindo sobre a forma e a forma pouco importa, cada um faz sob o seu ponto de vista o que importa é a essência.
Texto adaptado do original de Alexandre Cumino
Apresento aqui o Video que os Filhos do TSU realizaram sobre os 6 anos de vida do nosso Templo.
Obrigada a todos os Filhos e Assistentes pela vossa entrega e principalmente pela vossa determinação em salvaguardar todos os momentos bons e maus que fizeram do TSU, aquilo que somos hoje.
Contra Ventos e Marés, vos agradeço humildemente a vossa determinação.
Homenagem ao Templo Sagrado de Umbanda - Portugal - 2010
Filme realizado pelos Filhos do Templo.