Sempre se encontra fórmulas para esclarecer, e após alguma pesquisa encontrei este trabalho muito bem feito ( porque fala a verdade... ), sobre as ideias pré concebidas sobre os Rituais Afro-Brasileiros.
VEJA O VIDEO E ENTENDA UM POUCO MAIS SOBRE UMBANDA E RITUAIS AFRO
(Obs:" "Parabéns Mãe Mercedes Soares do Templo Pai Oxalá e Pai Ogum, pelo seu depoimento" "Pai Pedro de Ogum""
RITUAL DE PASSAGEM, INICIAÇÃO NA UMBANDA E CANDOMBLÉ
1 - A feitura da cabeça no Candomblé
Ser iniciado no candomblé é mais conhecido como "fazer a cabeça", ou seja, ser preparado para que o Inkice/Orixá passe a habitar no Ori/mutuê (cabeça) do novo adepto.
O ritual começa muito antes do recolhimento, pois o aspirante a iniciação passa por uma fase conhecida como abiã onde ele prepara o seu enxoval para a feitura, que consiste em roupas e demais materiais ritual. Prepara também o aqué/zimbo (dinheiro) para o pagamento do "chão", ou seja, o trabalho que este ritual implica e a transmissão do axé .
O noviço passa por vários rituais de limpeza, pelo ritual do bolanã (representa a morte para omundo profano e o renascimento para o mundo sagrado dos Orixás) e depois pelo recolhimento para o roncó (Quarto Ritual, com acesso somente aos iniciados), onde passará de 07 a 21 dias de iniciação.
Após os 21 dias acontece a festa do Oruncó (a cerimônia do nome, quando a Divindade se identifica na presença de todos) da(o) Iaô/Muzenza (recém iniciado) quando a mesma é apresentada à comunidade de santo como o mais novo membro. É um momento de festa onde todos usam as melhores roupas, recebem os membros ilustres de outros terreiros e demais visitantes. É um ritual público de grande emoção.
Depois da festa, no dia seguinte, tem a festa da quitanda de erê/vungi(criança). Nela o iniciado sai para o barracão em estado de consciência infantil. Brinca, come, recebe presentes e tem a quebra das quizilas, ou seja, momento que o iniciado passa por ritual que consiste em uma reiniciação ao mundo profano e reaprende a fazer as atividades diárias e rotineiras. Esta passagem é importante para que não haja choque entre este e o seu orixá/inkice, uma vez que o iniciado, daqui por diante passa a viver plenamente em contato com a divindade e, todas as suas ações podem ter reflexos no dia-a-dia.
O iniciado então, entra em um período de preceito. São três meses que ele usa os colares e símbolos do seu santo/orixá/inkice, veste-se completamente de branco, mantém a cabeça coberta e não lhe é permitido a prática sexual e muitos outros preceitos lhe são impostos. Essa fase é uma das mais importantes, pois agora o iniciado tem a responsabilidade de guardar os seus preceitos e as responsabilidades para com a casa de santo.
A "feitura da cabeça" é considerado um ritual de passagem de grande importância, pois a partir deste o iniciado passará por muitos outros durante a sua vida de culto, em que galgará direitos e posições dentro do culto. Porém, esse período, que consiste a feitura e a guarda dos preceitos, é o principal e que todo iniciado guarda na memória por toda a vida aqui no aiyè. Será objeto de histórias que serão contadas aos seus filhos, netos, aos seus futuros irmãos de santo e quem sabe, filhos de santo.
Cada pessoa é filho de um determinado orixá/inkice, ou seja, aquela energia é a linha magnética da sua vida e a feitura vai proporcionar o equilíbrio do ser humano com a sua energia mais pura e mais espiritualizada. É o que se chama de santo de cabeça. Geralmente cada pessoa possui um pai, em primeiro lugar e uma mãe em segundo ou vice-versa, ou seja, um santo de princípio masculino e outro de princípio feminino, podendo haver exceções de dois princípios iguais. A cabeça do filho também é composta por um séquito de orixás, que compões toda a sua história e é revelado através do Oráculo mais conhecido no Brasil, que é o jogo de búzios, por onde os orixás/inkices falam e dão os seus recados aos habitantes da Terra.
No candomblé todos têm o seu santo de cabeça, ou seja a sua energia primordial, porém, nem todos são obrigados a passar pela iniciação. Não há como se fugir dessa energia, uma vez que ela é o princípio vital de todo ser vivo.
2 – A Camarinha de Umbanda.
A Camarinhas na Umbanda são Rituais Iniciáticos que têm como fundamento prático, o Desenvolvimento Mediunico, Religioso, Doutrinário e Ritualístico, para que o neófito, possa adquirir conhecimento e prática de todos os fundamentos praticados na Umbanda.
No seguimento da Tradição Afro, a Umbanda consagra também ritualísticamente os neófitos, com Camarinhas de Obori ou Borização, que é o Assentamento Maior das Entidades no Médium, para que os mesmo se possam fortificar e evoluir Ritualísticamente. Além de outros Rituais necessários ao Desenvolvimento Mediunico , Ritualistico e Doutrinário dos neófitos.
São Camarinhas que têm uma duração de 3 ou 7 dias, isso de acordo com o Dirigente Espiritual ou de acordo com os rituais necessários.
Bibliografia: União Umbandista dos Cultos Afro Brasileiros/Pai Pedro de Ogum
Certo dia um dos anjos guardiões da criação aproximou-se do Oníbodè-òrun (que quer dizer porteiro do céu) e disse:
-Olá, Oníbodè, como vai? Houve alguma mudança nas determinações do Senhor Meu Pai Olorum? (Olorum é o Senhor do Orum, Deus)
O Oníbodè que segue à risca as determinações de Olorum e só deixa entrar no céu os espíritos merecedores dessa graça, um tanto espantado, disse:
-Não, por quê?
-Porque andei vendo alguns espíritos menos luminosos circulando por aqui - respondeu o anjo. E nem bem ele havia acabado de falar, passou por eles um espírito um pouquinho "acinzentado".
O Oníbodè - acompanhado do anjo - imediatamente pôs-se a percorrer os limites do òrun para saber se havia alguma entrada clandestina, já que pelo seu portão nenhum espírito menos luminoso havia passado.
E qual não foi a sua surpresa quando encontrou num canto bem afastado, uma escada colocada por cima do muro que limita o orum e no pé dessa escada, Iemanjá e Oxum, ajudando espíritos menos luminosos a entrarem no òrun.
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Mulher é assim mesmo, sempre dá um jeitinho de perdoar, de deixar passar, de ver o lado bom, de acolher.
Esse é o lado feminino de Olorum e é a esse lado, à Grande Mãe, que homenageamos, todas nós que somos suas expressões vivas.